O controlador-geral do Estado, Pedro Lopes, diz que a decisão feita pelo governo em 2011 que optou pela Parceria Público-Privada (PPP) para financiar a Arena das Dunas foi um erro. “Posso afirmar, com toda a tranquilidade aqui, que a decisão pela PPP foi um equívoco, é minha opinião pessoal”, comentou em entrevista ao Jornal da Manhã na Jovem Pan News Natal, nesta quinta-feira (21).
Segundo o controlador, a formatação do negócio feito há 10 anos gera um gasto mensal de R$ 11 milhões para o governo do Rio Grande do Norte. “Se o estado tivesse pego o dinheiro emprestado do BNDES, R$ 400 milhões, e contratado uma construtora para fazer a demolição [do complexo Machadão-Machadinho] e a construção do estádio [Arena das Dunas], pelo que a gente [governo] já vem pagando, eu diria que hoje a gente pagaria no máximo um milhão de reais”, explicou o servidor. Segundo ele, o governo já teria pago todo o empréstimo, apenas destinando R$ 1 milhão por mês para manutenção e gestão do estádio.
Pedro Lopes explicou que faz essas suposições de forma ‘superficial’, porque, segundo ele, “a empresa [Arena das Dunas] tem muita dificuldade em entregar documentos para poder fazer uma apuração fechada do valor realmente justo”. E acrescentou que, dado o tamanho do negócio que está em jogo, “é importante que ela coloque os números na mesa para podermos negociar”.
Essa falta de exatidão e sensação de nebulosidade preocupa também pelo fato de que a garantia, no negócio feito em 2011, foi toda feita pelo governo do estado. A Arena das Dunas teve acesso aos R$ 400 milhões do empréstimo, mas o Rio Grande do Norte foi o único garantidor do negócio, colocando todos os patrimônios do estado na mão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. “Então, se a empresa não pagar a conta, eles [o banco] não vão atrás de ‘executar’ a empresa, vão atrás de executar o estado; o risco está sendo do governo do estado”, finalizou o controlador-geral.
Fonte: Tribuna do Norte.
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