Pesquisar este blog

terça-feira, 25 de novembro de 2025

NATAL - A Câmara Municipal de Natal precisa assumir o controle: desgaste institucional se agrava e arquivamento do caso Brisa é passo essencial para encerrar a crise

 


A crise que tomou conta da Câmara Municipal de Natal nos últimos meses tem uma causa clara: a falta de pulso institucional da Casa diante do processo de cassação da vereadora Brisa Bracchi. A hesitação em acatar o pedido de arquivamento — respaldado pela legislação e pelo prazo processual já vencido — prolonga um desgaste que ultrapassa o razoável e expõe o Legislativo a um vexame público sem precedentes.

O pedido protocolado nesta quarta-feira (19) pela defesa da vereadora, amparado no Decreto-Lei nº 201/67 e confirmado pela Procuradoria da própria Câmara, demonstra que o prazo de 90 dias expirou. Diante disso, a expectativa natural da sociedade e dos parlamentares é que a Presidência da Casa tome uma decisão clara, objetiva e definitiva: arquivar.

A Casa precisa acalmar os ânimos e recuperar autoridade

Nos bastidores, o clima é de desgaste e exaustão. A Câmara vive uma tensão crescente que extrapola o debate político e já compromete o funcionamento regular da instituição. Cabe à Casa, como órgão máximo da representação municipal, estancar o sangramento e recuperar a normalidade do ambiente legislativo.

Arquivar o processo — decisão respaldada pela lei e pelos pareceres internos — não é gesto político, mas cumprimento do ordenamento jurídico. É esse movimento que demonstra à sociedade que a Câmara mantém regras claras, limites estabelecidos e capacidade de conduzir seus próprios processos.

Um desgaste alimentado por interesses externos

É evidente que o prolongamento desse caso tem servido a um cenário de desgaste institucional que interessa a determinados atores. Nos corredores, é recorrente a avaliação de que Paulinho e Nina têm explorado politicamente a crise, intensificando a instabilidade e contribuindo para o derretimento da imagem pública da Câmara.

Esse ambiente só prospera quando a Casa hesita. A indefinição institucional abre espaço para narrativas externas e para a impressão de que o Legislativo municipal perdeu sua capacidade de liderança.

A nota de recuo do Vereador Matheus Faustino revela que não vale a pena mergulhar em aventuras irresponsáveis

A crise ganhou mais um capítulo com a recuada do vereador Matheus Faustino, autor do pedido de cassação. Após afirmar de forma irresponsável publicamente que decisões judiciais favoráveis à vereadora Brisa teriam sido “vendidas”, o parlamentar divulgou, horas depois, uma longa nota de recuo dizendo que tudo se tratava de um “cenário hipotético”, negando qualquer intenção de acusar magistrados.

A tentativa de explicação evidencia o desgaste que tomou proporções desnecessárias e mostra que aventuras políticas baseadas em insinuações e excessos retóricos não se sustentam. Quando até quem iniciou o processo recua e tenta contornar suas próprias declarações, fica ainda mais claro que a Casa precisa impor limites e encerrar esse ciclo de instabilidade.

A Mesa Diretora precisa demonstrar que a Câmara tem comando

A Câmara não pode ser conduzida por pressões externas, opiniões paralelas ou interferências indiretas. A Mesa Diretora tem o dever institucional de arbitrar conflitos, conduzir processos e tomar decisões dentro da legalidade.

E neste caso, a legalidade é inequívoca:

O prazo acabou.

O processo caducou.

O arquivamento é a medida correta.

A Casa precisa, portanto, assumir protagonismo, restaurar autoridade e sinalizar que seu funcionamento não será sequestrado por disputas externas.

Vereadores precisam agir para encerrar o vexame

Os vereadores, como guardiões da instituição, possuem papel decisivo. Cada dia de indefinição aprofunda o desgaste e fragiliza a imagem do Legislativo. Ao apoiar o arquivamento, não estão defendendo A ou B, mas a própria Câmara, sua credibilidade e sua capacidade de autogestão.

Encerrar o processo de cassação — já superado juridicamente — é o primeiro passo para recolocar o Legislativo nos trilhos, recuperar pautas estratégicas e restaurar a estabilidade interna.

A Câmara precisa se impor.

Muito mais do que uma simples nota pública. 

Precisa decidir.

Precisa mostrar que a instituição está acima da crise.

O momento exige liderança.

O momento exige responsabilidade.

O momento exige que a Casa finalmente exerça sua autoridade — e presida de fato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

compartilhe nas redes sociais.