A falta de Gestão na Saúde de Natal, para quem não precisa desses atendimentos, pode passar despercebido, mas a Secretaria Municipal de Saúde, a partir da gestão de Álvaro Dias, sempre buscou a terceirização, ao invés dela própria gerir as contratações dos profissionais de saúde, e desta forma, foi levando, fazendo gambiarras na saúde pública do município, sempre recorrendo aos contratos de emergência, deixando os Órgãos de controle entre a cruz e a espada: ou fazia esses contratos, se não, parava tudo.
Nos modelos bem recentes, a prefeitura fazia o repasse a Cooperativa médica que pagava aos profissionais de saúde; esses repasses eram de acordo com os serviços prestados pelos profissionais de saúde.
Atendendo pela Cooperativa, os médicos e profissionais recebiam melhor, já que se tratando de Cooperativa, a entidade não visa lucro, recebendo uma contribuição para a administração e distribuindo os pagamentos; isso são as normas das cooperativas.
Com as novas contratações de empresas, fica pior para os médicos e profissionais de saúde: os médicos e profissionais de saúde passam a ganhar bem menos, enquanto as empresas de terceirização, ficam com os lucros; vale destacar também que o valor dos repasses às empresas Justiz Terceirização de Mão de Obra Ltda. e Proseg Consultoria e Serviços Especializados, vencedoras da licitação, serão bem maiores, saindo dos atuais 140 milhões para 208 milhões de reais. O Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público de Contas alegam que a concorrência apresenta indícios de direcionamento.
Daí, surge a problemática: valor mais caro para a Prefeitura X salário menores aos médicos e profissionais de saúde, ocasionando o colapso nos atendimentos, já que a grande maioria dos profissionais não aceitam receber menos e logicamente, o Sindicato dos Médicos, como qualquer sindicato, atua para defender a categoria e decidiu pela greve.
A Prefeitura acusa o Sindicato, que acertadamente vai defender a sua categoria: os médicos que não vão e nem devem aceitar menores salários; essa é a lógica!. Qualquer sindicato, ao defender a sua categoria impõe pressão aos seus contratantes por melhores salários e outras situações.
Com a briga entre o Sindicato dos Médicos e a Prefeitura, a grande maioria dos médicos acompanham a decisão do sindicato, acarretando a falta de profissionais em Natal e consequentemente desatendimento na rede de Saúde de Natal .
As novas empresas contratadas, sem os médicos e profissionais de saúde ficaram em situação dificil: onde achar esses médicos e profissionais de saúde ? vão buscar em estados vizinhos, sendo que, não é fácil buscar esses profissionais, já que, em estados vizinhos também é escasso.
Chegam relatos piores possíveis de todas as unidades de Natal; nas maternidades, com a falta de obstretas, as mulheres ficaram sem amparo. Uma, infelizmente, teve fillho na calçada.
Já no Hospital Varela Santiago, segundo Paulo Xavier, superintendente do hospital, 26 cirurgias foram canceladas na terça-feira e, na quarta, foram 13 cancelamentos. Nesta quinta-feira, a instituição informou que mais 12 procedimentos precisaram ser cancelados, totalizando 51 cirurgias afetadas em três dias.
Se o impasse continuar e não houver nenhuma intervenção, como ficará?
Diante do impasse, a população de Natal tem que rezar para não adoecer .
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