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Foto: Festejos juninos foi o festejo popular mais lembrado em Natal. |
Pesquisa do Ministério da Cultura/Fundação Itaú, analisou o comportamento cultural do natalense, registrou forte ligação com o forró, a presença dos amigos nos programas culturais e outros hábitos
Como são os hábitos culturais do natalense médio? A pesquisa “Cultura nas Capitais”, maior levantamento sobre o tema já feito no país, realizado pelo Ministério da Cultura em parceria com a Fundação Itaú, analisou o comportamento cultural dos moradores das 26 capitais brasileiras e do Distrito Federal, revelando padrões de acesso, exclusão e preferências. Em Natal, os dados mostram aspectos singulares do consumo e da participação cultural da população.
A pesquisa entrevistou 19.500 pessoas em todas as capitais brasileiras, incluindo 600 moradores de Natal, entre fevereiro e maio de 2024. O levantamento investigou o acesso e o interesse por diversas atividades culturais, revelando uma radiografia detalhada dos hábitos culturais da população da capital potiguar. As pessoas foram abordadas pessoalmente em pontos de fluxo populacional.
A partir do levantamento, algumas curiosidades do comportamento local foram descobertas. Atividades culturais, em Natal, enlaçam amigos; 25% dos moradores disseram que visitam museus acompanhados de amigos, sendo a única capital onde essa opção empata com visitas em família (24%). No geral, a tendência nas capitais é que as visitas ocorram predominantemente com familiares.
Natal é a quinta cidade onde mais se ouve forró, reforçando a identidade regional por meio da música; é a segunda cidade com menor percentual de pessoas que nunca foram ao circo (19%); é a capital com maior percentual de pessoas que dizem fazer atividades culturais no bairro onde moram (24%), um índice superior à média das 27 capitais; é a segunda cidade com maior público potencial de museus (34%). Esses são os moradores que não frequentaram museus nos últimos 12 meses, mas indicaram alto interesse na atividade.
A pesquisa analisou 14 atividades culturais relacionadas à leitura, cinema, música e teatro, com porcentagens comparadas à média de outras capitais brasileiras. Segundo o levantamento, 58% dos natalenses afirmam ter lido pelo menos um livro nos últimos 12 meses. Jogos eletrônicos: 45% jogou ao menos uma vez nos 12 meses anteriores à pesquisa.
Cinema: 39% dos moradores de Natal disseram ter ido ao cinema no último ano; 38% dos natalenses visitaram espaços históricos; cerca de 37% dos entrevistados disseram ter ido a um show (de música) nos últimos 12 meses; 33% disseram ter ido a festas populares – a maior parte, festas juninas; o acesso a museus foi de 15%, bem abaixo da média das capitais (27%) – mas tem um público potencial de 34% que demonstrou interesse por isso.
Segundo a pesquisa, 25% dos moradores disseram ter frequentado bibliotecas no período; 24% dos natalenses frequentaram o teatro nos últimos 12 meses; 29% dos natalenses disseram ter frequentado atividades relacionadas à dança, um resultado melhor do que o da média (24%).
Feiras literárias: 21% da população afirma ter ido a uma feira de livro no último ano, mesmo número da média da pesquisa; o circo é a atividade em natal que mais se destacou: o acesso (21%) é bem maior que o da média das capitais (14%). Apenas 10% da população de Natal participou de saraus, patamar numericamente abaixo da média (12%). Sobre concertos de música clássica, apenas 9% dos natalenses foram a um concerto, percentual semelhante ao da média nacional (8%).
Potencial
Segundo João Leiva, responsável pela pesquisa, os dados de Natal mostram um público engajado, com grande interesse e participação na cultura local. “A alta disposição para doar a iniciativas culturais e a forte relação entre amigos e a experiência cultural revelam uma dinâmica muito rica. O forró e as festas juninas, como expressões culturais dominantes, também reforçam a identidade musical da cidade”, disse.
Os dados mostram que Natal possui grande espaço para crescimento em diversas áreas culturais. Segundo a pesquisa, poderia haver ampliação do acesso a museus, considerando o alto interesse e público potencial; mais promoção de festivais de teatro e dança; incentivo a bibliotecas e feiras literárias, e investir mais em concertos e saraus, ainda com pouco adesão na cidade.
Fonte: Tribuna do Norte
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