Com a proximidade da campanha eleitoral, algumas lideranças políticas e comunitárias estão sendo coagidas por vereadores a apoiarem determinados candidatos a prefeito de Natal. As atitudes de alguns vereadores de Natal, relembram 1982, onde o Partido PDS, usou o artifício do voto vinculado para elegerem seus candidatos, e o voto de cabresto, da época da República Velha.
Vamos relembrar:
O VOTO VINCULADO - 1982 - HÁ 42 ANOS
Um ano depois de restabelecer eleições diretas para governadores, a ditadura anunciava novas regras eleitorais que favoreceram escancaradamente o partido oficial, PDS. Em 1982, além de eleições para governadores, senadores, deputados federais, um terço do Senado e Assembleias estaduais, haveria também eleições para prefeitos e vereadores, adiadas pelo governo em 1980. O Pacote de Novembro, como foi chamado, procurava privilegiar uma herança da antiga Arena, a força da máquina partidária do PDS nos municípios, especialmente nos menores, e determinava em um dos pontos: O voto vinculado onde o eleitor tinha de votar em candidatos do mesmo partido, de vereador a governador, ou seu voto seria considerado nulo.
O VOTO DE CABRESTO - (1889 - 1930) - HÁ 135 ANOS.
O voto de cabresto foi uma prática política baseada no direcionamento do voto da população mais pobre pelos coronéis, que eram grandes proprietários de terra e possuíam muitos funcionários. Mediante ameaças de demissão e agressão física, esses trabalhadores eram coagidos a votar no candidato indicado por seus patrões .
É também um mecanismo de acesso aos cargos eletivos por meio da compra de votos com a utilização da máquina pública ou o abuso de poder econômico. É um mecanismo muito recorrente.
NATAL - 2024
Lideranças políticas e comunitárias com alguma ligação a vereadores de Natal, diariamente relatam que são coagidas a apoiarem determinados pré-candidatos a prefeito de Natal. Ao ser coagida a tomar uma decisão, a liderança estaria sendo obrigada abrir mão de sua voluntariedade, ou seja, a tomar uma decisão que não corresponda àquilo que ela acredita ser a correta para a situação que se impôs a ela.
Exemplo de uma frequente coação, o suplente de vereador MARCILIO RIBEIRO, que pertencia ao grupo político do vereador Preto Aquino, foi praticamente obrigado a sair do grupo e apoiar outro vereador, ao ser constantemente diminuído no grupo de Preto; alguns vereadores podem estar entrando num momento de perda de votos, ao insistir em determinado pré-candidato que não seja o da maioria da população, ou liberarem esse voto.
OUTROS RELATOS
Várias lideranças comunitárias relataram que estão sendo coagidas por outros vereadores de Natal a fazer do tipo essa prática do voto vinculado: acompanhar o pré-candidato que eles apoiam, mesmo sem a mínima vontade da liderança em apoiá-lo; Algumas topam constrangidas e pela necessidade de sobrevivência para não perder o emprego.Lideranças já alertaram aos vereadores que essa prática de tentar vincular o vereador e o prefeito juntos, podem representar inclusive a perda de votos para o próprio vereador, já que a preferência da população tem sido para Carlos Eduardo.
Em um dos relatos a liderança afirmou que " se eu for pedir esse voto casado aí, o morador diz: esse eu voto, mas o prefeito se não for Carlos Eduardo, deixo inclusive de apoiar o seu vereador!"
VOTO LIVRE E DEMOCRÁTICO
As lideranças políticas e comunitárias que tanto ajudam aos vereadores nos trabalhos em comunidades, alguns silenciosamente, outros constrangidos em dizer a verdade, defendem que o voto para o prefeito deve ser para os que representem" os interesses, ideias e desejos de seus eleitores.
É aguardado que a prática do voto vinculado e de cabresto deixe de existir, preservando o voto livre e democrático . Não existe vereador, nem prefeito, sem o apoio das lideranças e o grito da maioria do povo tem de prevalecer.
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