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quinta-feira, 21 de julho de 2022

POLICIA - Polícia Civil investiga motivação de crimes de grupo de extermínio; Os mandados de prisão efetuados contra Wendel “Lagartixa”, “João Grandão” e Francisco Rogério da Cruz podem ter relação com a ação criminosa praticada por grupos de extermínio de Natal ; Acusados forram interrogados. entenda o caso.

 


Os mandados de prisão efetuados contra Wendel “Lagartixa”, “João Grandão” e Francisco Rogério da Cruz podem ter relação com a ação criminosa praticada por grupos de extermínio de Natal. O crime que levou à prisão dos suspeitos aconteceu em um bar da Redinha, Zona Norte de Natal. Entre as vítimas, estavam o dono do bar, um auxiliar de cozinha e um cozinheiro. “Pode ser um concorrente no tráfico, pode ser concorrente no comércio. Pode não ter pagado a extorsão”, disse o delegado Márcio Lemos.

A DHPP, entretanto, evita cravar a motivação principal. “O que é que um grupo de extermínio faz? Extorsão, contrabando, tomar aquela região que está dominada pelo tráfico, até eliminar possíveis concorrentes. Então se se aprofundar durante nossa investigação, a gente pode chegar a uma dessas motivações. Mas já há atos de execução típicos de grupo de extermínio. Pode ter esse envolvimento, essa motivação”, afirmou Márcio Lemos.

“Essa questão da motivação é algo difícil de precisar. Mas nós estamos aprofundando as investigações e talvez a gente consiga chegar a uma motivação. Há uma grande possibilidade de estar ligado com atividades criminosas supostamente praticadas pelas vítimas e também pelos investigados”, disse o delegado Cláudio Henrique.

Entre as vítimas, apenas uma tinha passagem pela polícia, numa condenação anterior por tráfico de drogas. “Não tinha uma ligação hoje comprovada, foi no passado. Ele foi preso por tráfico. Estava solto e recentemente era empresário. Estava montando lá o estabelecimento comercial”, apontou Lemos. “Mas a gente viu que, a princípio, [o crime] não foi destinado a um alvo específico. Três foram mortos e outros três escaparam”.

Já Márcio apontou uma possível ligação com a disputa pelo tráfico de drogas. “Pelas circunstâncias do fato objetivo, como foi uma execução generalizada, sem motivação por parte dos familiares da vítima, a princípio não tinha nenhuma desavença ali, está ligado ao tráfico, outros traficantes estão morrendo na região”, disse ele.

Interrogatório

A polícia já interrogou os presos. O sargento Francisco Rogério da Cruz negou a participação e Wendel Fagner Cortez de Almeida, o Lagartixa, permaneceu em silêncio, segundo o delegado Cláudio Henrique.

Junto com os detidos, não foram encontrados nenhum material ilícito, apenas um material classificado como “probatório”, que a polícia ainda vai investigar. “Por exemplo, pode ter uma veste que foi usada, um carro que foi usado. Não é um material que é ilícito por si só, mas que pode estar ligado diretamente a ação e pode servir de prova”, de acordo com Lemos.

Embora três pessoas tenham sido mortas, a DHPP classifica o caso como sêxtuplo homicídio. “Pela lei [a Justiça] trata assim, como sêxtuplo homicídio, porque homicídio é o artigo 121. Homicídio é um tipo só. A tentativa é só uma diminuição de pena”, aponta o diretor da Divisão.

Segundo Márcio Lemos, legalmente os acusados respondem por seis homicídios. “Os três completos e os três que vão ter redução de pena de um terço, até porque é atentado. Não chegou a consumar, mas eles vão responder por aquelas seis vítimas”. 

Ainda segundo os delegados, nenhum dos dois presos apresentou resistência. Wendel Lagartixa teria tentado reagir, mas logo foi contido. O sargento Francisco Cruz foi detido no local de trabalho, ao chegar no 4º Batalhão, e também não criou resistência aos agentes.

Procurado, o advogado João Antônio Dias Cavalcanti, que defende Wendel Lagartixa, disse que não teve acesso aos autos do processo. “Eu acompanhei o cumprimento do mandado de prisão na delegacia. Não tivemos acesso ainda ao inquérito. A investigação está em segredo de Justiça. Já pedimos a habilitação e estamos aguardando a autorização judicial para termos acesso”, afirmou. A reportagem não localizou a defesa de Francisco Rogério da Cruz e João Maria da Costa Peixoto até o fechamento desta matéria.

Pré-candidato a deputado estadual pelo Partido Liberal (PL), o advogado de Wendel Lagartixa garantiu que seu cliente permanece como postulante à Assembleia Legislativa. A TRIBUNA DO NORTE também procurou a assessoria do deputado federal João Maia, presidente estadual do PL, para comentar a prisão do filiado e se ele seria expulso. A assessoria não enviou resposta até a conclusão desta reportagem.

Entenda o caso

Lagartixa e PM foram presos em investigação de três homicídios e três tentativas

O policial militar reformado Wendel Fagner Cortez de Almeida, conhecido como Lagartixa, está preso devido a uma investigação que apura possível ligação dele e de outro policial militar, que não teve a identidade revelada, a pelo menos três mortes e três tentativas de homicídio em Natal. A prisão temporária tem validade por até 30 dias. Lagartixa nega os crimes.

Batizada de "Aqueronte", a operação da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil (DHPP) prendeu os supostos envolvidos em um triplo homicídio ocorrido no dia 29 de abril deste ano, no bairro da Redinha, na capital potiguar. As mortes ocorrera na rua Rio Salgado, onde seria inaugurado um bar. Os criminosos teriam chegado ao local em um carro e, após se identificarem como policiais, atiraram contra pessoas que estavam na calçada do bar. O proprietário do bar foi morto na calçada. As outras duas pessoas foram perseguidas e mortas em outro local. 

As investigações culminaram com o cumprimento de mandados de prisão temporária e mandados de busca e apreensão. Wendel Lagartixa foi preso em casa, enquanto o sargento da Polícia Militar foi detido no local de trabalho, a chegar para o serviço no 4º Batalhão. 

O advogado João Antônio Dias Cavalcanti, que defende Wendel Lagartixa, afirmou que o cliente garante a inocência e que não tem envolvimento nos crimes. "Estamos tomando conhecimento de fato do que se tratam as investigações. De antemão, nosso cliente se declara inocente, sem nenhum envolvimento. Vamos buscar o acesso dos autos para fazermos uma melhor defesa", disse o advogado, afirmando ainda que Wendel Lagartixa já havia sido acusado em outras oportunidades e "inocentado em todas". No entanto, ainda há pelo menos dois processos em curso contra o policial reformado que tratam sobre homicídios e que aguardam a decisão.

Pré-candidato a deputado estadual, Wendel Lagartixa tem milhares de seguidores nas redes sociais, onde faz vídeos diários cobrando ações do Poder Público sobre problemas comunitários, como limpeza urbana e condições de vias públicas. Além disso, ele também mantém um perfil onde expõe supostos autores de crimes pelo estado.

Em agosto do ano passado, Wendel Lagartixa foi vítima de uma tragédia familiar, quando sua filha foi morta a tiros por criminosos no Dia dos Pais, quando ela estava na companhia do pai. Recentemente, Lagartixa publicou foto de um homem que, segundo ele, foi um dos envolvidos na morte da criança e que está em liberdade. O policial reformado ofereceu R$ 50 mil para quem tivesse informações que pudessem ajudar a identificar o paradeiro do homem.


Fonte: Tribuna do Norte.

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