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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Ômicron: como a variante está afetando a retomada do turismo

 

O que se sabe até o momento sobre a mutação, que já está presente no Brasil, e o impacto nas viagens internacionais.



Ainda não há motivo para acreditar que retornaremos à estaca zero com a chegada da Ômicron, que foi classificada como uma variante de “risco muito elevado” pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas é igualmente precipitado achar que a novíssima cepa do coronavírus não representa uma ameaça à retomada da vida como ela era, especialmente quando o assunto é turismo.


Afinal, o surgimento dessa mutação do vírus já está afetando o trânsito internacional. África do Sul, Botsuana, Essuatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue estão sendo alvo de restrições de viagens por parte da Argentina, Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Tailândia, União Europeia e também do Brasil. Desde segunda-feira (29), a Portaria nº 660 proíbe a chegada de voos provenientes destes países africanos e, por isso, pelo menos 250 viajantes brasileiros aguardam voos de repatriação para poder voltar às suas casas, onde deverão cumprir uma quarentena de 14 dias.


Israel e Marrocos, que já tinham reaberto para brasileiros, foram ainda mais abrangente e anunciaram o fechamento de suas fronteiras para todos os viajantes estrangeiros, independente da origem. A mesma decisão foi tomada pelo Japão, que ainda não estava recebendo turistas do Brasil. Já a Austrália suspendeu os seus planos de reabertura para estudantes e trabalhadores, que deveria acontecer nesta quarta-feira (1).


A França passou a exigir que todos os viajantes façam teste do tipo RT-PCR até 48 horas antes do embarque. O Reino Unido, por sua vez, deixou de aceitar os testes de antígeno e agora pede que os recém-chegados façam RT-PCR após o desembarque e aguardem o resultado em isolamento. Além disso, o uso de máscara voltou a ser obrigatório. Os Estados Unidos reduziram de três para um dia o prazo máximo para fazer teste de Covid-19 antes de embarcar com destino ao país.


Enquanto os cientistas ainda tentam entender os riscos da Ômicron, as restrições de viagem são uma tentativa de conter a sua propagação. A Anvisa confirmou na tarde desta terça-feira (30) os dois primeiros casos da cepa no Brasil em um casal de São Paulo, que ainda não tinha se vacinado e esteva na África do Sul recentemente. Eles apresentam sintomas leves da doença. Desde então, o número só aumenta.


Pelo menos outros 18 países fora do continente africano também já reportaram infecções pela variante: Alemanha, Austrália, Bélgica, Botsuana, Canadá, Dinamarca, Escócia, Espanha, França, Holanda, Hong Kong, Inglaterra, Israel, Itália, Japão, Portugal, República Tcheca e Suécia. A maioria deles estavam relacionados a viajantes recém-chegados do continente africano.


A Ômicron foi identificada pela primeira vez na África do Sul em 24 de novembro, mas não necessariamente surgiu ali e/ou naquele momento. A Holanda confirmou nesta terça-feira (30) que a presença da nova variante foi detectada em amostras coletadas no país nos últimos onze dias. Isso indica que a linhagem já estava presente na Europa entre 19 e 23 de novembro.


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Descobertas como essa fazem com que a decisão de Israel e do Japão de se fecharem para o mundo inteiro pareçam ter mais sentido – e sempre existe a possibilidade de outros países chegarem à essa mesma conclusão em breve. Tudo depende das recomendações que os cientistas chegarão nas próximas semanas, visto que até o momento as informações ainda são pouco concretas.


O que sabemos até agora sobre a Ômicron?

A variante possui mais de 50 modificações em seu código genético quando comparado ao vírus original, que foi detectado na China em 2019. Como esse é o maior número de modificações já encontrado em uma variante do Sars-Cov-2, o medo é que ela acumule tudo que a Alpha, Beta, Gama e Delta têm de mais poderoso e ainda possua outras modificações inéditas.


A comunidade científica já constatou que a Ômicron deve ser altamente transmissível porque 32 dessas modificações estão justamente na proteína spike, a parte que conecta o vírus à célula humana para infectá-la. Além disso, a OMS informou que evidências preliminares sugerem que essa variante oferece um risco maior de reinfecção por Covid-19 do que suas antecessoras. Porém, o número de casos ainda é relativamente pequeno para que se tirem maiores conclusões.


A médica sul-africana que primeiro identificou a nova variante em 24 de novembro, Angelique Coetzee, disse que os pacientes infectados até o momento mostram “sintomas extremamente leves” como fadiga, tosse, dor de cabeça, dor no corpo e dor de garganta. Nenhum país confirmou mortes causadas pela Ômicron até o momento. No entanto, ainda não foi avaliado o efeito da cepa em pessoas mais vulneráveis.


Dados sobre a eficácia das vacinas contra Covid-19 desenvolvidas até agora em relação à Ômicron estarão disponíveis nas próximas semanas. Porém, a Moderna adiantou, em entrevista ao jornal britânico Financial Times, que os imunizantes podem ter dificuldade em combater a mutação. Por isso, o laboratório já está trabalhando em uma fórmula específica contra a variante, assim como a Pfizer, a Janssen e a Astrazeneca.


Fonte: Abril Mídia.

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